Eu estava sentada a sua frente. O mais engraçado que seus olhos azuis já cansados pela idade, tinham lá o seu realce de mistério. Como sempre fazia quando ia me explicar alguma coisa, ele parava tudo que estava fazendo, arqueava as sobrancelhas e abria a boca sem emitir som e desviava seu olhar pro horizonte como se estivesse em busca de alguma placa.
Ainda eu continuava sentada, pensativa com tudo aquilo que eu estava fazendo,digo fazendo com a minha vida.
_Olha, eu desejo que você se dê bem na vida. Esse caminho que quer seguir, terá muitos altos e baixos, momentos de euforia e melancolia na maioria das vezes.
Enquanto ele falava minha garganta começou a incomodar, eu queria chorar, queria pedir um abraço. Criamos tanta intimidade que para ambos será difícil desvencilhar. Apesar dele ser casado tínhamos um romance rs Nada de beijos ou sexo. Apenas sorrimos com a boca fechada como se estivéssemos escondendo alguma coisa com olhares fixados um ao outro.
Meus olhos começaram a lacrimejar. Eu queria me despedir, agradecer por tudo que ele fez por mim, por acreditar que seria possível e realmente foi. Enquanto ele falava eu apenas acenava com a cabeça, porque se abrisse a boca começaria a chorar.
4 comentários:
natália.....isso aconteceu com você? porque parece uma despedida, e das tristes. sei lá, fiquei com aquela sensação de que havia um vinculo raro aí.
Oi, Nathália. Que escrito sensível... como certamente é o sentimento que liga os dois. Sim, porque esse tipo de sentimento continua sendo, mesmo que os caminhos se separem.
Abraços!
conheço esta sensação. é uma trava na garganta, a gente tenta segurar. muito ruim né; mas certeza que depois você chorou o que tinha que chorar.
E como doí nessas horas em, os olhos ardem e qualquer manifestação pode resultar em choro.
Beijos
http://mylife-rapha.blogspot.com
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