26 julho 2013

Como se escreve obrigado?

De volta pra casa, São Paulo, hora de pico. (Está parecendo aquelas Hashtags escrotas do face)

 Sentei no chão do vagão e me encostei na porta que dá acesso ao outro vagão. Ao meu lado também sentada no chão, uma menina aproximadamente 9 anos. Sua mãe estava sentado no banco ao seu lado. Mexendo no celular perguntou pra filha, como se escreve. "Boa tarde e Beijos"? A menina ditou as letras  e a mãe foi digitando, a cada palavra formada mostrava o visor do celular pra filha conferir se estava certo. 


Filha como se escreve _Obrigado? E mais uma vez a menina ditou. 
Ela conferiu a palavra, estava errado. _ Mãe, é obrigaDO. E não Obrigato!
Putz, esqueci a fonte de onde peguei essa foto.  Até onde me lembro ela foi tirada num Orfanato na África (eu acho).
 Achei a situação um pouco intrigante agoniante. Escrever liberta, ler liberta. Parei de prestar atenção na conversa dos outros e voltei ao meu livro. 

17 comentários:

Unknown disse...

As vezes o nosso cotidiano é engraçado, você anda e ouve cada coisa e fica imaginado que diabos esta fazendo nesse mundo!
BJ

mム尺goん disse...

Os eruditos são aqueles que leram nos livros; mas os pensadores, os genios, os iluminadores do mundo e os promotores do genero humano são aqueles que leram diretamente no livro do mundo.
Arthur Schopenhauer

saudades.


[contém 1 beijo]

Fábio Murilo disse...

Srª Nathalia, engraçado, agorinha tava fazendo o mesmo com o meu sobrinho de 9 anos: como é que se escrever cachorro em inglês, gato, maça, laranja... Obviamente sabia, tava só testando seus conhecimentos nas primeiras aulinhas de inglês. Alguns anos atrás ia, prá ocupar o tempo vago de desempregado, ia, diariamente prá biblioteca pública pública do bairro, passava o dia inteiro. Lia revistas, jornais, levara Drummod's, Vinicius, Manueis Bandeiras emprestado. Pois bem, tava lendo o jornal, quando não pude deixar de perceber na minha visão periférica a meu lado um rapaz negro, morador do Morro da Conceição, camisa de malha vermelha, calção verde, parecendo a bandeira da Jamaica, sandálias havaianas, lendo um livro cor de laranja em inglês, com desenvoltura. Talvez com um rançozinho centenário, todos nós temo em algum grau, de preconceito de classe, de cor. Parei a leitura intrigado, se não perguntasse não dormiria de curiosidade? - Você sabe inglês? - Já desenrolo direitinho. Música, depende, quando cantam devagar da para entender. - Aprendeu aonde? - Na escola pública mesmo? No curso normal. Enquanto os outros alunos estudavam só prá prova, eu estudava o tempo todo, fazia perguntas a professora, fui numa igreja Batista na zona sul e perguntei se poderia treinar conversação com os pastores estrangeiros e eles se mostraram solícitos em me ajudar e pediu que fosse lá aos sábados de manhã. Achei bacana, impressionante e comovente sua determinação inesquecível!

http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

Fábio Murilo disse...

Ir... Agora que eu reparei, tá parecendo o rapazinho da foto, outra coincidência legal.

http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

Vinnië Rodrigues disse...

Fiquei imaginando a situação moça, e varias outras coisas que se enquadram na mesma coisa.

oficinnacriativa disse...

Engraçado esse nosso cotidiano ridículo em que as pessoas trocam um livro, por uma rede social e muitas vezes não os sabem usar ou simplesmente não sabem escrever. O governo atualmente mesmo "ladrão" dá educação gratuita para não- alfabetizadas, mas a falta de vontade juntamente com a preguiça, prevalecem nessas pessoas.

ju disse...

As vezes ela estava testando se a menina sabia, sei lá! rs

Priscilla Way disse...

Na verdade,pra ela que é mulher,o correto seria "obrigada". AUSHUAHSUHS

Mayra Borges disse...

E quantos mundos paralelos ao nosso existem por ai? Impossível saber.
Acho importante lembrar disso, é bom sair do nosso mundo por segundos e perceber outras realidades e contextos.

PS: Vim agradecer um comentário que você fez em um texto meu no blog de uma amiga e não posso deixar de dizer que adorei o teu blog!

Abraços.
www.eraoutravezamor.blogspot.com
www.semprovas.blogspot.com

Bruno disse...

Escrever liberta, ler liberta, mas o cotidiano liberta mais. Ele é assustador, né não? Quando nos encanta e nos aburrece com essas passagens do dia a dia. Já sofre de cenas como essa aí, mas fazer o quê, já que nascemos, só temos que agradecer.

Todas as fotografias do blog são de minha autoria sim, moça. Fico feliz que tu tenha sentido o suspense, foi essa a intenção :-}.

Abraços
www.importunobruno.com.br

Xisdê disse...

Engraçado como as melhores histórias da vida alheia, sempre são cenários de ônibus, metrô, trem, e por aí vai! Hahaha!

Me identifico com isso!

Renato Almeida disse...

Diria algo bem reflexivo isso... Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

NDORETTO disse...

Bárbaro!
Adorei a sacada!

Beijinhos :)

Bruna Morgan disse...

Isso é perturbador, encontro-me também em situações como essa, depois não consigo me concentrar nas minhas coisas rs, sempre em filas ou no ônibus.


Blog Bruna Morgan|Universo em bolha de tinta

Fred disse...

Grande sacada!!! Hehehe!
E obrigato - ops, digo - obrigado por compartilhar... ;)
Bjs, queridona!

Flá Costa * disse...

Das situações inusitadas que só se vive em São Paulo.

B. disse...

Muito legal esse seu post. Adoro esse tipo de post, sobre o cotidiano e suas curiosidades.
Isso nunca aconteceu comigo e nunca vi acontecer. Devo ser privilegiada, mesmo. Mesmo as minhas avós e tias avós, que não puderam estudar, fizeram supletivo antes de eu nascer. Elas são cozinheiras e empregadas domésticas. Todos os filhos e netos delas têm o ensino fundamental completo.
Por isso, eu tinha a ilusão de que, em pleno século XXI isso não acontecia, pelo visto estava errada.
Minha casa nova fica num bairro bem bonito mesmo, pena que não tem internet. Eu moro no interior do Rio :)